terça-feira, março 22, 2005

Uma confissão

Estou querendo escrever sobre o amor, não esse amor tão falado nas músicas e poesias de porta de banheiro, mais do amor insano, latente, vívido e potente de carne. Que confesso, é desse amor, que mais entendo. Não vivi amores de mãos dadas, nem de beijos em banco de praça, nem de alianças de compromisso. Vivi amores de sexo em pé no portão, de beijos lânguidos no banheiro escondido no meio da festa, de amores festivos, ardentes, latentes de beira de estrada. Eu nunca vivi amores de sonhos conjuntos, de conjunturas futuras, somente alguns planos foram feitos. Eu só vivi, amores reais, instantaneamente reais, amores que se acabaram quando não tinha mais amor, amores de cama e café da manhã. Não vivi amores pra vida inteira, vivi amores de momentos eternos, que se foram e não voltam jamais, mais ficarão latentes nas veias, na retina de meus olhos, no pulsar do meu coração. É, eu não vivi amores de sonhos, nunca esperei príncipes encantados sentados em cavalos brancos. Eu amei homens de verdade, cabelos grisalhos, olhos escuros e claros, pele macia, mãos fortes , pensamento rápido, bonés na cabeça, vontades de corpo e alma. Eu amei de verdade nos momentos em que me permiti ser amada. E não estou aqui pra escrever sobre esse amor pra vida inteira, esse amor que com o tempo vai virando dor, por não ser mais amor e ter que continuar amor.Falo e escrevo do único amor que sei vive-lo. Não, eu não sei desse amor de extremos, só sei do amor de olho no olho, de verdades explícitas, mesmo que me doam a alma, mais não passam vontades, e sempre deixam saudades. O amor de alma, com corpo e asas...

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