terça-feira, novembro 30, 2004

Palavras...

São as palavras, elas agora me fazem compania. São únicas e inevitáveis, são absortas e intensas. Quero poder me expressar, contar meus elos, fazer apelos, arrepiar seus pêlos, devaneios. Palavras são palavras ao vento, tomam formas, voam longe, alcançam espaços, sentidos, ecoam até mesmo no vácuo. Me sinto viva com palavras, quero comê-las, devorá-las, senti-las, embriagá-las, cantá-las. Quero meus vãos, todos sãos pra sentir cada palavra que brota na nascente delas. Eu sou a porta voz muitos sentidos, e as palavras me rondam, me ajudam em minhas elucubrações, minhas retóricas, minha sedução.
Cada verso, cada palavra, um espasmo, um orgasmo. Um gozo doce, insolente que teima em me deixar assim, sem nada por mim, senhora dos meus sentidos, e agora?
Cadê a palavra solta, a palavra revolta, a palavra cantada, isolada nas carnes tesas de homens quentes, aquela que se soletra nas ancas, nas bancas e nas camas? Não existe palavra suja, existe palavra forte, expressão de sentidos nobres.Nada pode deixar de ser dito, tudo pode ser exprimido, expressado.
Eu vivo catando palavras, formando prosas, fazendo versos. E as palavras são minhas por inteiro, intensas. Eu vivo sentindo palavras, expressando sentidos, tentando me fazer amada. As palavras todas elas, fortes, quentes, limpas, todas elas são minhas...

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