terça-feira, maio 10, 2005

Percepções são impressões, modo de se perceber algo ou alguém.

Sobre o filme: Janela da Alma

Um filme sobre maneiras de se perceber a vida, o olhar de cada um, de nós sobre nós mesmos, sobre o humano, o amor, as crenças, paixões e acima de tudo sobre "olhares", percepção infalível e inatingível da busca pela sensibilidade. Os gestos, cada gesto corriqueiro, cada detalhe, a forma natural em que foi explorado o tema da sensibilização do olhar, de cada modo de pensar, angústias, sutilezas, confissões.
Meus olhos marejaram quando a cineasta polonesa, confessou-se com seus complexos e culpas, seus medos. Como olhar de sua mãe a debilitava mais ainda diante de sua já debilitada visão. Entregas e amores... findos pela vida e infinitos pelo sentimento.
Impressionou-me também depoimentos de José Saramago, sobre a cegueira humana, em que nós seres humanos nos encontramos. Como é grande e pequena nossa existência. Redundante? Talvez. Grande por que prova que somos capazes de assimilar nossos desejos, sonhos e experiências vividas nos detalhes, através da força de nossa vontade, como prova o fotógrafo ferido pela guerra. Pequena porque as assimilações não são sempre levadas para vivência humana, a crítica e a falta de sensibilidade para percebemos o quanto nós somos grandiosos, nos faz ficar pequenos.
Simplicidade nos depoimentos, como o de Hermeto Pascoal, minha alma sorriu com sua fala e seu olhar. Deve ser maravilhoso passar horas conversando com ele!
Sensibilidade, sutileza e simplicidade revelam este filme. Esse é um filme pra se ter em casa, quando nos acanhamos da vida, quando perdemos parâmetros é bom olhar pra ele e sentir. Simplesmente sentir. Nos incita a reflexão sobre o mundo dos olhares, de como nos vemos, como somos, como os outros nos vêem, como achamos que somos e acima de tudo como devemos tentar ser.

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