terça-feira, julho 19, 2005

Terça feira chuvosa

Faz frio lá fora, o vento sacode as folhas molhadas e frias. Tudo se encontra quente dentro de mim, preenchendo espaços vazios que ainda me restam. Solidão.
O mundo me assombra. Silêncios opacos que deslumbram cores quentes e frias. Conjuntos de imagens.
A noite agora chora, o sangue que não se estanca. A ferida que nunca fecha, dores que não consigo deixar de sentir. Tudo é vida. Sonhos e lamentos. Vontades e sentidos. Queria poder abraçar o mundo.
Outro dia senti o tempo me afagando a pele, não soube na verdade, se era realmente o tempo, ou Deus, ou a vida, ou simplesmente o vento que entrava por entre as frestas da porta do fundos que se encontrava entre aberta. Era um sábado de manhã ensolarado e frio. Não estava em casa, mas me sentia acolhida. As cobertas me aqueciam e pesavam gostoso sobre meu corpo, a cortina de pano florido daquela casa antiga se balançava e alcançava meu rosto, estava de olhos fechados e sentia um toque gostoso daquele tecido que ia e vinha com delicadeza se encostando em mim. Naquele momento me sentia afagada, por um instante pensei que fosse a maneira que o mundo, ou a vida, ou o tempo, ou Deus, ou o vento, ou tudo isso junto encontrou pra me desejar bom dia. Foi um momento intenso, uma energia sublime, tudo em mim se sentia acolhida, me senti tão pura que pude encontrar todos os traços de vida que possuo, foi como se estivesse no colo de alguém muito querido e pleno de amor.
Agora recobro meus sentidos, não é mais sábado e sim uma terça feira chuvosa e fria, meus corpo quente já encontrou morada, e a compania que tenho está esquentando a cama. Boa noite!

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