quinta-feira, agosto 25, 2005

Desejos e questões...

Recubro meus pensamentos.
Rubro!
Atento aos seus desejos, me calo...
Ontem, amantes.
Hoje amadores.
Quem de nós vence a batalha?
Eu que te quero e te encanto ou
Você que me quer e se espanta?
Já é tarde, agora somos um do outro!!!!



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quinta-feira, agosto 18, 2005

Expectativa...

"Sinto saudades de um tempo que não vivi..."
Estou aqui, sentada em frente ao computador, minha geladeira (quase) nova chegou, o som alto me apazigua o corpo, a saudade que sinto do meu (quase) amor é grande, o clima lá fora é abafado, quero um gole de vinho, um bom papo, um abraço apertado e quem sabe um beijo molhado. Não quero mais porto, sou navio que vai em busca da imensidão azul sem terra alguma a vista.
Espero anciosa o fim de semana, pra me encorajar e fazer o convite ao menino de olhos castanhos que gosta de conversar, pra ir comigo tomar um banho de mar, e eu poder me delisgar do mundo que gira.
Estou lendo um livro de Caio Fernando Abreu, suas palavras colocam a prova minha vontade de vida, seus personagens me mostram um modo de ver o mundo que talvez eu gostaria de enxergar.
A situação politica do país me faz tomar algumas decisões sérias. Meus amigos são ótimos companheiros, são pessoas interessantes e bonitas, gosto de saber que os tenho por perto e comigo e principalmente os tenho pra mim. O telefone toca, desejo que seja o menino de olhos castanhos dizendo que quer conversar sobre a vida, sobre o mundo, sobre nós.
Sinto saudades do meu (quase) amor, e vou agora abrir um vinho que pus pra transpirar em minha geladeira (quase) nova, vou dançar sozinha na sala com o som alto pra apaziguar ainda mais meu corpo e esperar o fim de semana pra tomar um banho de mar e me desligar do mundo que que gira.
Bom fim de semana pra todos!!!!!

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sexta-feira, agosto 12, 2005

Fragmentos

Não sei escrever de nada que eu não sinta. Não sei escrever nada que não seja eu.
Tento, me oriento, me informo, leio, degusto, ensaio, repasso, escrevo e reescrevo.

Tudo que escrevo aconteceu em minha vida real.
Na minha vida real, ou na vida real de minha imaginação...

Escrevo pra não esquecer quem sou....

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sábado, agosto 06, 2005

Para você, mãe!!!!

Quando criança, as vezes nas férias íamos todos pra o sul Minas Gerais, cidadezinha pequena chamada Heliodora, foi lá que boa parte de minha família por parte de mãe, nasceu, cresceu e multiplicou, de lá seguíamos, eu, meu pai, minha mãe e meu irmão ainda com menos de um ano, pra fazenda de café que um tio de minha mãe tinha em São Lourenço. Fazenda grande, com uma casa enorme, onde a “Tia Zilda”, ( era assim que chamávamos a tinha de minha mãe) ficava na cozinha fazendo doces e quitutes pra meninada se lambuzar, eram tempos de férias, eu e meus primos, brincávamos de tudo, inventávamos histórias, corríamos no meio do pomar, subíamos em árvores, tomávamos banho de cachoeira. Eram tempos de brincar e fantasiar!
Mas uma das lembranças que mais me recordo, aconteceu numa manhã fria, e não era sobre mim, nem sobre meus primos, e nem sobre minha Tia que fazia quitutes.
Foi num amanhecer cinza, levantei fui até o curral com meu copo pra que quem estivesse ordenhando a vaca, me desse um pouco daquele leite espumante e quente como fazia todos os dias em que estava na fazenda. Foi nesse momento antes do primeiro gole de leite, que olhei pro pasto enorme e vi minha mãe, cavalgando naquele cavalo grande, com os cabelos longos e lisos ao vento. Num primeiro momento, fiquei um pouco assustada, pois nunca havia visto minha mãe andando a cavalo, mais depois a beleza daquela cena era tanta que fiquei extasiada e fascinada com aquela imagem. Minha mãe, franzina, magrinha, de cabelos lisos, de aparência tão frágil, em cima daquele cavalo se agigantava, mostrava sua força em dominar aquele animal enorme
( mais enorme ainda diante dos olhos de uma menina de seis ou sete anos!) com tanta segurança e ao mesmo tempo tanta delicadeza, que meus olhos naquele momento marejaram. E tive orgulho, porque aquela mulher era a minha mãe. Ela quem me penteava os cabelos, era ela quem me dava banho, era ela quem me dava a mão no caminho pra escola, ela quem me abraçava nas noites de chuva, ela quem me socorria do bicho papão que morava em meu quarto, ela quem me levava o café com leite na cama, ela quem me levava ao dentista ( e por isso, eu nunca tive medo de dentista!), ela quem me proibiu de namorar um menino da rua quando eu tinha somente 09 anos de idade, ela quem me levava para assistir todos os filmes dos Trapalhões no Cina Santana, ela quem me levava na casa da Dona Ziloca pra comer doce de abóbora e era nos vãos das pernas dela que eu me escondia de medo do irmão excepcional da D. Ziloca, era ela quem me obrigava a comer verduras, ela quem me explicou como eram feitos os bebês, ela quem me acalmou quando fiquei mocinha e me explicou o quanto aquilo era importante na vida de uma mulher, ela quem viu as transformações de meu corpo enquanto eu me transformava numa mulher, ela quem presenciou minhas primeiras paixões, ela quem via minha mudança de humor repentino, ela quem agüentava meus desaforos na adolescência, ela quem sofreu por eu não aceitar seus namoros depois de separada de meu pai, ela quem agüentou meus chiliques por não conseguir o que queria em minha juventude, ela quem me deu um banho gelado e um café forte e amargo no meu primeiro porre, ela quem avisou que alguns amigos não poderiam ser meus amigos, ela quem me apoiou quando fui despedida do meu primeiro emprego, ela quem me apoiou quando eu disse pra ela que tinha que viver fazendo aquilo que eu gostasse embora aquilo não desse dinheiro, ela quem brigou comigo quando parei de estudar no colegial, ela quem fez a minha primeira saia indiana quando fui pela primeira vez pra São Tomé das Letras, ela que era obrigada a ouvir Janis Joplin bem alto mesmo não gostando de Rock, ela quem agüentou meus amigos metidos a hippies em minha casa, ela quem fez todos os meus bolos de aniversário, ela que mesmo doendo me ajudou a sair de casa pra seguir minha vida e ainda me deu sua cama de casal, ela quem me ensinou a amar, a respeitar, a ser honesta, a ser franca e não me trair jamais, pois essa é a pior traição que um ser humano pode fazer. Foi aquela mulher naquele cavalo, com tanta segurança do que fazia que me ensinou a viver. Feliz aniversário, mãe!!!!

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