terça-feira, março 29, 2005

Tormentos ( sentidos sem sentidos!!)

Coloco todos os meus tormentos em cima da mesa.Abro os cadernos de minha passagem pela vida. Revivo as fotografias de meus amores vividos e me alegro por saber ter vividos todos intensamente. Afago minha mente com lembranças e me tranquilizo por ter certeza de que fiz tudo da maneira que deveria ter feito. Não é o passado que me atormenta. É o presente da espera, a angústia de minha acomodação em sua vida. Vou vivendo assim, as vezes moro em mim, outras vezes mundo afora. Agora estou serena, momentos atrás me sentindo pequena. Metamorfoses instantâneas, eu mudo tanto e sou mundana.
Agora vou dormir mais calma, alegre nem tanto eu bem sei. Esperando talvez a sua mão me abraçando na cama. Nossa cama que clama por nós...

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sexta-feira, março 25, 2005

Um poema em homenagem aos dias cinzas

O dia está cinza.
Minha cama está quente.
Você ausente...

Quero sair por aí e andar pelo mundo.
Os dias cinzas são pra isso, meu amor!
Pra se andar sem vontades de chegar,
Não há sol que esquente por demais o corpo,
Não a frio que faça doer os ossos,
Dias cinzas são ideais pra sair sem rumo.
São perfeitos pra perder o prumo...
Vou deixar que o vento me conduza,
Quem sabe desse jeito minha dor vire um beija flor...

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terça-feira, março 22, 2005

Uma confissão

Estou querendo escrever sobre o amor, não esse amor tão falado nas músicas e poesias de porta de banheiro, mais do amor insano, latente, vívido e potente de carne. Que confesso, é desse amor, que mais entendo. Não vivi amores de mãos dadas, nem de beijos em banco de praça, nem de alianças de compromisso. Vivi amores de sexo em pé no portão, de beijos lânguidos no banheiro escondido no meio da festa, de amores festivos, ardentes, latentes de beira de estrada. Eu nunca vivi amores de sonhos conjuntos, de conjunturas futuras, somente alguns planos foram feitos. Eu só vivi, amores reais, instantaneamente reais, amores que se acabaram quando não tinha mais amor, amores de cama e café da manhã. Não vivi amores pra vida inteira, vivi amores de momentos eternos, que se foram e não voltam jamais, mais ficarão latentes nas veias, na retina de meus olhos, no pulsar do meu coração. É, eu não vivi amores de sonhos, nunca esperei príncipes encantados sentados em cavalos brancos. Eu amei homens de verdade, cabelos grisalhos, olhos escuros e claros, pele macia, mãos fortes , pensamento rápido, bonés na cabeça, vontades de corpo e alma. Eu amei de verdade nos momentos em que me permiti ser amada. E não estou aqui pra escrever sobre esse amor pra vida inteira, esse amor que com o tempo vai virando dor, por não ser mais amor e ter que continuar amor.Falo e escrevo do único amor que sei vive-lo. Não, eu não sei desse amor de extremos, só sei do amor de olho no olho, de verdades explícitas, mesmo que me doam a alma, mais não passam vontades, e sempre deixam saudades. O amor de alma, com corpo e asas...

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sexta-feira, março 18, 2005

CRÔNICAS DE UMA SEXTA FEIRA BRANDA

Escrevi esse texto, numa sexta feira de clima muito quente, mais minha alma estava fria. Esse texto me salvou de uma noite de lágrimas e vázio. Hoje quando o li novamente, me dei conta do quanto eu me transformei, e posso afirmar sem dúvida alguma que esse texto foi um divisor de águas. Depois que o escrevi fiquei mais forte e passei a compreender de um jeito mais sensato minha existência. Boa Leitura.

São 0 hora e 06 minutos de uma sexta feira branda, onde acordei com mais de mil dúvidas, muita vontade de vida, e me sentindo impotente diante de minhas aflições, passei o dia seguindo meus impulsos na tentativa ávida de solucionar meus problemas, minhas neuras e tentado entender minhas descobertas...
Me encontro agora fugindo de mim mesma, mais uma vez racionalizando minhas emoções, querendo entender minha função neste universo maluco, decadente e delirante onde tento de uma vez por todas me encontrar, sem coragem de ir fundo na minha própria imundície. Minhas pernas estão bambas, minha cabeça está quente, minha mãos suam, o chão me falta, e necessito de uma certa dose de carinho humano, pra deixar de me sentir fria. Mais uma vez suspiro, talvez pra sentir que ainda respiro e que o sangue que jorra nas minhas veias, está lá seguindo seu caminho porque a natureza assim comanda, e pra mostrar que meus atos são conseqüência da sujeira que se mostra na noite orvalhada da cidade grande. É previsível que antes do amanhecer esteja me sentindo melhor, como acontece todas as vezes em que passo a noite em claro me encarando como um cego que tateia uma fruta na tentativa de descobrir o fruto tateado. Meus delírios se chocam na vã tentativa de me sentir bem, de olhar pra mim mesma e perceber que a solidão que me ronda é fruto de uma imensa camada de indiferença que coloquei ao meu redor pra disfarçar o fato de que a solidão me corrói como ácido na sua alquimia quando encontra borracha ou pele em seu caminho.
Engulo minhas lágrimas como se estivesse com sede de algo que nunca tive, que não sei o que é porque não tive a chance de vive-lo, por que não fui agraciada pela vida com o presente mais digno de todos os homens. Deposito em todos os homens a sequidão do mundo em que vivemos numa absorta reflexão que se esvai do meu corroído tempo que se mostra mais uma vez inafável, infalível e incansável. Nesta sexta feira branda quando acordei, carregava em mim sonhos, fantasias e esperança, agora vou dormir com a sensação de que tenho delírios e vícios que são facilmente nivelados com a exatidão de um pêndulo solto no ar pendurado num pequeno cordão que o sustenta com a firmeza de um braço forte e a delicadeza da brisa refrescante numa manhã de verão. Meus pensamentos se misturam com letras, pequenas letras, que tento em vão misturá-las para formarem talvez a síntese de minhas angústias. Meu coração pulsa forte, mostrando ao mundo que permaneço viva e capaz de superar meus limites, mais também porque tem medo do vazio que nele habita.
Numa sexta feira como essa, todos os dias são intermináveis e percebo que o que precede minha existência são outras existências e que essa cadeia de vida misturada com traços de vontade é que faz com o que mundo caminhe pro seu abismo, pensando que é o topo da montanha. Nunca a realidade se mostra evidente e talvez por isso tenha a sensação que esse universo onírico que criamos pra nos defender das inglórias que a vida nos presenteia, são estratégias pra deixar de mostrar o quanto somos bonecos na mão soberana do tempo que insiste em passar, sem nos deixar tocá-lo. A amargura que me ronda hoje é a mesma que me ronda há anos, e me faz perceber o quanto sou incapaz de me entender, de entender porque a vida me joga tanto na cara, que vivo pra deixar de viver, por que sou escrava de um tempo perdido que sacia sua sede e sua vontade de vida com um copo de indiferença embriagadora.
Numa sexta feira como essa, jorram de mim inquietação e dor, por perceber que dentre todos os mortais, sou o que deveria não existir pelo fato de que sou o que não sou, finjo ser aquilo que admiro, tomo meias verdades como se fosse só minhas por inteiro, num esforço vão de me sentir amada. Permaneço intacta. Intacta e ferida, porque tenho em mim os sonhos que carrego como se fossem vida e vida como se fossem sonhos. Apanho da moralidade que me foi ensinada, precisando me ater ao fato de que o gozo é senão o reflexo da dor. E que viver é ir morrendo aos poucos, tentando buscar prazer nas pequenas escolhas e vivências.
Nesta sexta feira, me entorpeço de vinho, de brasa, de tédio, de saudosismo e de solidão como em todas as outras sextas feiras, mesmo naquelas em que finjo que sou inabalável, intocável e muito afável, convenço a todos e a mim mesma que pude ser tudo, menos eu mesma durante toda vida. E me procuro nos outros numa tentativa sórdida de rebater minhas dúvidas, meus anseios, meus medos, meus elos, meus selos, meus apelos e meus devaneios. Vou deitar com a sensação que tive um dia exaustivo sim, de labuta, de dor, de procuras, de frases perdidas e malditas, numa folha de papel que o tempo vai fazer questão de mudar os sentidos, de acordo com o sentido de quem ler, de quem me viver, me entender, me absorver e me maldizer.


(numa sexta feira como outra qualquer,
onde os sentidos se misturam com a dor e a
delicadeza de um dia vivido com descobertas, desejos e vontades...)

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segunda-feira, março 14, 2005

Huummm!!!

Esperança.
Passagem de ti em mim,
Com a rapidez de um caracol,
Libertinagem. Deixando arrepios,
E suspiros baixinhos, gemidos no ouvido.
Como quero te saber,
Te conhecer. Arrebatar teu colo.
Já basta de te ver e
E ficar a imaginar!
Somente quero te tocar,
E sentir de ti os sonhos,
Que foram desenhados no meu lençol
Esparramado de calor.
Huummmm....

Da série "Poemas libidinosos"
Momento Poesia Concreta, divagações e lembranças de uma tarde muito, mas muito quente!!!
Mãos que
apalpam
bobamente...

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segunda-feira, março 07, 2005

Amantes

Nós, entre os lençóis.
Eu e teu desejo em mim.
Você e suas mãos atentas, e me atenta!
Esquenta meu corpo com teu calor,
Me lança a um vôo razante,
Acho que vou cair!
Você não deixa, me segura quente,
Envolve a mente,
E me fala coisas no ouvido,
Que não pósso nem pensar,
Começo a me molhar!
Meu colo agora é seu,
Mamilos e seios e tudo mais...
Me tome com desejo e carinho.
Somos um do outro.
Somos amantes!

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