sexta-feira, abril 29, 2005

Sonhos

Sonhei com um passarinho, ele era colorido e brilhava, mas estava com as asas machucadas, e isso o impedia de alçar vôos, coloquei o pássaro em minhas mãos e o segurava com firmesa e carinho, e ele me falava com seus olhos tristes dar dor física que sentia por não poder voar, e do sofrimento que trazia na alma por não conseguir mais ser livre. Eu chorava muito, e o amava também! Amava tanto, que mesmo agora acordada, quando lembro de sua dor, sofro.
O que mais me estranhou não foi o sonho, mais a intensidade do amor que eu senti por aquele pássaro, amava como uma mãe ama um filho e sofre o sofrimento dele.
No sonho, a única coisa que me acorreu pra amenizar dor do pequeno, colorido e já frágil passarinho, seria matá-lo, e isso me doía a alma e eu chorava.
Estou triste, e passei o dia pensando nesse sonho.
Será que aquele pássaro sou eu?

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segunda-feira, abril 25, 2005

Dias de folga...

Feriado prolongado, embora tenha trabalhado no sábado no período da manhã ministrando a Oficina com os adolecentes, e mesmo em casa fazendo algum ou outro trabalho, como relatórios, estudo e pesquisa, consegui dar uma boa sossegada nesse feriado.
Durmi na casa de minha mãe, colinho de vez em quando é bom!
Almocei com amigos, conversas e papos interessantes, som de violão, música boa, namorei, revi amigos que há tempos não via e os abracei com vontade e saudades, fiz um jantar bem gostoso pros amigos que vieram me visitar, lavei minhas roupas com sossego e pendurei as roupas no varal - acho muito poética a imagem das roupas no varal, com o céu azul de fundo e o vento leve batendo por entre elas! - acendi incensos, ritualizei meus banhos, dancei ao som de Fiona Apple sozinha em meu quarto enquanto me trocava, dormi e tive sonhos tranquilos, acariciei meu gato, brinquei com as cachorras, tomei sorvete de chocolate com laranja, beijei na boca, cantei embaixo do chuveiro e dirigi na madrugada curtindo Rolling Stone. Enfim, deixei que as vontades me conduzissem, e foram quatro dias de prazer e bem estar. Agora estou bem pra começar de novo, minha rotina de trabalho.

O prazer é o alimento da alma!

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terça-feira, abril 19, 2005

Resistentes da cultura e da arte

Hoje me vi de volta ao passado. A um passado presente, cheio de alegria e beleza, como há anos não presencio mais. Foi um saltitar de pernas, foram trocas de olhares e abraços apertados cheios de saudade.
Os comentários que mais se ouviam era: os resistentes, dinossauros da arte e diletantes da cultura nessa cidade agora sem brilho, nem néctar e nem ousadia.
O livro foi lançado, Ciranda dos Tempos, daquela loira de olhos verdes e uma insanidade lúcida, cheia de energia e conta a história de uma cidade que teve seus homens artistas voando alto, soltando verbos, catando letras, solfejando sonhos, aplaudindo as vontades, filmando desejos, compondo paixões, transgredindo conflitos e almejando espaços. Espaços de desejos.
Hoje voltei naquele tempo. Tempo em que eu me vi na foto ilustrada no livro, e pensei: fiz parte dessa história também! Eu estava lá meio sem saber o que fazer, dançando com eles e os olhava com admiração e receio.
Admiração pela força, pela ideologia de vida, vontade de mudar o mundo começando por nossa cidade banhada desse banhado de gente que torna nossa cidade viva, ainda que meio amortecida pelas mãos dos que não sabem do que a arte é capaz. E os olhava com receio porque sabia de alguma forma que o tempo esmorece os corações e nossas vontades de mudança.
Hoje tive a certeza de que a cultura e arte, fazem das pessoas seres mais plenos, eternos inconformados, amantes da indignação e penso nas palavras da autora que me fazem sentir mais forte, quando diz: "a cultura foi feita para transcender o insuportável" e eu só posso então dizer que a mulher loira de olhos verdes e uma insanidade lúcida está totalmente certa!

Nome do livro: Ciranda dos Tempos – Espaços do desejos
Autora: Beth Brait Alvim
Editora: Escrituras
2005 / LIF – Patrocínio Kodak do Brasil

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domingo, abril 17, 2005

Síntese ideológica!

Posso não saber tudo que quero para mim. Mas já sei exatamente o que NÃO quero.
Esse é o meu ponto de partida!

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terça-feira, abril 12, 2005

Perdas...

"Perder-se significa ir achando e nem saber o que fazer do que se for achando. "
Clarice Lispector


Ando me perdendo ultimamente,
Me perdendo de mim,
Esbanjando pedaços de meu ser por aí, nesse mundo sem limites.
Me perco em meio as coisas de minha vida, me perco na saída de casa.Vou ao encontro do que não sei. É verdade que me encontro comigo as vezes, mas não sei o que fazer quando isso acontece. As vezes no meio da noite, acordo e fico a pensar o quanto estou tão longe de mim.
Vago em meus sonhos e eles me conduzem pra algum lugar que não tem nome, porque não existe.
Hoje acordei cansada de tanto me procurar na madrugada.
Meu quarto parece infinito, as paredes deixam de ser concreto.
O meu mundo todo é abstrato...

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quinta-feira, abril 07, 2005

Dias ruins...

Sabe aqueles dias em todas as coisas do mundo parecem cair sobre sua cabeça?
Sabe quando seu corpo cansado, mental e fisicamente só quer saber de deitar e deitar e deitar e esperar que o mundo se acabe?
Sabe quando você mesmo estando ao lado de quem você ama na cama, tudo parece estar errado?
Sabe quando você não consegue pregar o olho a noite toda, e quando consegue seus sonhos te levam pra dentro de sua triste realidade?
Sabe aqueles momentos em que tudo gira em sua volta e você não consegue encontrar teu eixo?
Sabe aquele momentos em que seus olhos marejam sem que você consiga controlar tuas lágrimas?
Sabe quando você se torna o centro das atenções pelas coisas ridículas que você fez?
Sabe quando você deixa de ouvir sua intuição, mais só percebe isso quando não dá mais pra voltar atrás?

Pois é. É exatamante assim que me sinto hoje!!!

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domingo, abril 03, 2005

Uma provocação.

Ontem durante a madrugada cinzenta,
em meio a devaneios, ouvi um texto de Nietzsche.
Era um questionamento profundo,
Sobre o que você faria se lhe fosse dada a oportunidade
De viver novamente,
Mais essa vida segunda, segunda chance de vida,
teria que ser exatamente igual,
Com os mesmos conflitos,
Com as mesmas dores e sentimentos,
Com os mesmos pudores,
Você teria que ser a mesma pessoa.
Você teria que viver novamente sua vida pela segunda vez,
Da mesma maneira que a vive hoje,
Envolvida com as mesmas pessoas, dentro da mesma família,
Com os mesmos sonhos, com as mesmas conquistas,
Com os mesmos amores, nada diferente.
Passando as mesmas vontades, enfrentando as mesmas barreiras.
Agora eu pergunto, se essa oportunidade lhe fosse dada,
Você aceitaria????

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