domingo, julho 31, 2005

Coisas que pretendo fazer!

Geralmente não faço planos. Tenho sonhos e vivo a vida.
Já disse aqui que preciso de coisas novas, de novas descobertas, novas sensações e prazeres. Por isso já fiz muitas coisas em minha vida. Já fui vendedora em loja, trabalhei em cozinha de restaurante, fui fazedora e vendedora de pães de mel (comprei um fusca 69 fazendo isso!), trabalhei como atriz em espetáculo infantil, fui palhaça, produzi vídeos, dei aula de cinema, fui contadora de histórias, promovi festas e eventos, cantei em bares, já trabalhei na produção de programa de TV e atualmente trabalho numa ONG que atua na área social em minha cidade como coordenadora administrativa e educadora. Até hoje quando me perguntam sobre minha profissão não sei o que responder, porque sinto que ainda faltam muitas coisas que eu ainda posso fazer.
Estou sentindo necessidade de mudar. Não de abandonar o que faço, porque quando se lida com gente, com pessoas fica muito difícil desvencilhar. Mas tenho pensado muito nas coisas que ainda quero fazer, e de agora em diante tenho que me planejar. Preciso do novo pra viver, preciso passar por muitas experiências nessa vida:
Voar de balão,
Aprender a costurar,
Abrir um restaurante,
Pular de paraquédas,
Trabalhar com produção de cinema,
Ir pra Londres,
Viajar por várias ONGs do país e fazer uma pesquisa sobre a educação não formal e arte educação,
Fazer um documentário sobre os notívagos e a vida acordada que existe na noite,
Morar numa cidade pequena,
Aprender marcenaria,
Fazer uma faculdade de gastronomia e viajar do México até o sul de nosso país (numa Land Rover se possível!), fazendo registro fotográfico e em vídeo da cultura da América Latina.

Não posso morrer sem tentar viver essas coisas. Estou tomando minhas atitudes!

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terça-feira, julho 26, 2005

Um grande prazer de minha vida: Cozinhar!!!

Me lembro que quando criança, era muito divertido ver minha mãe junto com as minhas tias, algumas vizinhas e minha avós se juntarem pra poder organizar a pamonhada. Era época de colheita, aos homens da família era dado o trabalho da colher o milho, colocar em sacas e levar pra casa. Tínhamos um quartinho nos fundos em que as mulheres deixavam preparados pra receber o milho, com uma parafernália pronta pra todas as fases de produção dos pratos, pamonha, cural, e o saboroso suco de milho coado e gelado. As mulheres se organizavam: umas tiravam a palha e limpavam o milho, outras ralavam. Minha vó ficava no fogão cozendo e temperando. Tacho no fogo, colher de pau, mãos e braços fortes que não podiam parar de mexer a mistura, a outra avó, então se encarregava de envolver o cozido já engrossado e temperado na palha, e com muita delicadeza e presteza fazer um nó e colocar aquele enrolado de palha com milho cozido na panela com água fervente.
Eu ficava fascinada com aquelas mãos todas trabalhando. Menina com meus cinco ou seis anos, me lembro muito bem do quanto me encantava com todo aquele processo, de como as matérias iam mudando de formas, de grãos de milho duros ao delicioso creme amarelo temperado. As mulheres enquanto faziam a sua parte, cantavam e contavam histórias. Esse ritual começava cedinho e ia até o entardecer, depois quando tudo estava preparado, colocavam na mesa e todos nós nos fartávamos.
Essa foi minha primeira recordação do ato de cozinhar. Cresci assistindo minha mãe cozinhando o trivial do dia a dia com muito prazer e meu pai indo pra cozinha nos feriados pra preparar um prato inusitado, mais cheio de sabor e cor. Cozinhar para os dois sempre foi muito prazeroso, por isso acho que tenho essa relação com a gastronomia, gosto de estudar o processo dos alimentos em transformação, das ervas e especiarias que conduzem ao mundo dos odores e sabores. Cozinha pra mim, sempre foi lugar sagrado, poucas coisas no mundo me dão prazer igual quanto preparar um almoço ou jantar para meus amigos e amores. Ritualizo tudo, tiro o dia só pra poder cozinhar, escolho cada ingrediente, corto e pico, refogo e cozinho com tanto prazer!
Gosto de cozinhar enquanto degusto um bom vinho nas noites frias, ou uma cerveja gelada nas noites quentes e me satisfaço quando sirvo o prato preparado com tanto tesão e as pessoas lambem o prato de satisfação. Isso pra mim, como bem sabem os meus amigos, não é nenhuma falta de educação.

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terça-feira, julho 19, 2005

Terça feira chuvosa

Faz frio lá fora, o vento sacode as folhas molhadas e frias. Tudo se encontra quente dentro de mim, preenchendo espaços vazios que ainda me restam. Solidão.
O mundo me assombra. Silêncios opacos que deslumbram cores quentes e frias. Conjuntos de imagens.
A noite agora chora, o sangue que não se estanca. A ferida que nunca fecha, dores que não consigo deixar de sentir. Tudo é vida. Sonhos e lamentos. Vontades e sentidos. Queria poder abraçar o mundo.
Outro dia senti o tempo me afagando a pele, não soube na verdade, se era realmente o tempo, ou Deus, ou a vida, ou simplesmente o vento que entrava por entre as frestas da porta do fundos que se encontrava entre aberta. Era um sábado de manhã ensolarado e frio. Não estava em casa, mas me sentia acolhida. As cobertas me aqueciam e pesavam gostoso sobre meu corpo, a cortina de pano florido daquela casa antiga se balançava e alcançava meu rosto, estava de olhos fechados e sentia um toque gostoso daquele tecido que ia e vinha com delicadeza se encostando em mim. Naquele momento me sentia afagada, por um instante pensei que fosse a maneira que o mundo, ou a vida, ou o tempo, ou Deus, ou o vento, ou tudo isso junto encontrou pra me desejar bom dia. Foi um momento intenso, uma energia sublime, tudo em mim se sentia acolhida, me senti tão pura que pude encontrar todos os traços de vida que possuo, foi como se estivesse no colo de alguém muito querido e pleno de amor.
Agora recobro meus sentidos, não é mais sábado e sim uma terça feira chuvosa e fria, meus corpo quente já encontrou morada, e a compania que tenho está esquentando a cama. Boa noite!

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terça-feira, julho 12, 2005

Sobre meus pés pisarem o chão

Eu vivo com a cabeça nas nuvens. Algodão recortado. Tecendo palavras em movimento. Movimento minhas idéias e meus pés estão sempre no chão.Dualidades.Sou gêmea de mim. Não sei lidar com escolhas, sou libertina, sou represora, sou um canhão de sensibilidade?!?!?!Sou assim, sem eira e nem beira, sou canto e recanto. Sou carne e a única coisa que sei é que não sou santa...
Sobre meus pés pisarem o chão, é porque preciso sentir o sabor da terra, seja ele asfalto, piso frio ou barro. Sobre meus pés pisarem o chão, é porque preciso sentir o mundo em movimento. Sobre meus pés pisarem o chão é porque preciso da segurança do pouso em terra firme, pois minha cabeça está sempre alçando vôos maiores!!!!

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sexta-feira, julho 08, 2005

Fragmentos do pensar...

"Quando adormece
Geralmente estou acordado
Arquitetando vaga-lumes
Sonhos iluminados..."

Tenho vivido dias de intensa agitação humana. Quero tudo que o mundo pode me oferecer e um pouco mais!!!

Estou armando um "Encontro quase casual". Na medida do possível vou colocando por aqui o propósito dessa história...

Expressão de um menino de 8 anos que é beneficiário da ONG em que trabalho: "O mundo tá caduco!"

- Você conhece o wikipédia?????
-
G-8: Não convence!!!!!!

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segunda-feira, julho 04, 2005

Púrpura mãos de tesoura!!!

Sexta feira a noite. Casa vazia. Banho, creminhos, auto massagem, som ligado bem alto ( Funk como le gusta), pijama. Noite de ficar comigo e tentar me entender, me curtir, me alcançar. Ando pela casa, vou ao escritório, folheio algumas revistas antigas, recito pra mim alguns poemas. Passo em frente ao espelho, meu cabelo tá lindo, vai quase até a cintura, são cacheados e compridos, nunca foram pintados e fazem mais de 8 anos que não são cortados ( a não ser as pontas!). Penso comigo que faz algum tempo que quero cortá-lo, mas falta a coragem. Vou até o banheiro, pego a tesoura, caminho em direção ao espelho, me olho, páro por alguns segundos, respiro fundo, seguro um cacho bem volumoso e tasco a primeira tesourada, a sensação é boa, resolvo proseguir e proseguir, um cacho, mais outro, o ruído da tesoura nem tanto afiada, passando por entre os fios e derrubando no chão os cachos crescidos, dourados e velhos. Continuo cortando, minha preocupação não é estética, ( apesar de querer ficar bonita!), mas o que conta é a atitude que estou tomando, a representatividade de cortar o cabelo, é muito maior que o fato de cortar o cabelo! Meu coração bate acelerado, estou conseguindo, me libertando de tudo que quero mudar em mim e não faço porque pode ser doloroso, porque pode ser difícil. Não me importa, quero mudar! Vou mudar, estou mudando...

Meu cabelo cortado, me deixou com outra cara, meu cabelo cortado me deixou com mais vontade de mudanças, meu cabelo cortado representa as atitudes que quero tomar. Meu cabelo cortado combinou muito comigo e meu cabelo cortado ficou bonito. Penso: 'porque não fiz isso antes?' e que esse pensamento sirva de exemplo pra todas as outras mudanças...

P.S.: Lendo o poema José do Drummond, não pude deixar de pensar no atual momento político que estamos vivendo, será que qualquer semelhança é mera coincidência?
Primeiro foi Zé Dirceu. E agora José Genoíno?

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